Fonte de Caridade

"De graça recebestes, de graça deveis dar"
(Mt 10,8b)

Jesus envia os apóstolos em missão, dando-lhes poder e pedindo que anunciem a proximidade do Reino e a presença dos sinais que o acompanham: curas, purificações, e até ressurreições. a sua ação deve ser marcada por um profundo sinal de gratuidadea exemplo da relação de Deus para conosco: Ele nos amou primeiro, propôs a Aliança e enviou seu filho para nos salvar.
Assim,os cristãos aprenderam, desde o início, a marca fundamental do amordivino que serve sem esperar nada em troca e dá com a mão direita de modo que nem a esquerde perceba, pois "Vosso Pai que está no céu e tudo vê nos dará a recompensa devida." era um enorme choque com a cultura religiosa da época, profundamente marcada pela retribuição; se alguém sofria, estava sendo castigado pelo mal que fez, se alguém era bem sucedido na vida, era abençoado por Deus. Jesus se contrapõe a isto dedicando-se totalmente àqueles que eram considerados amaldiçoados por Deus.

"De graça recebestes, de graça deveis dar' (Mt 10,8b)

Nós, vicentinos, entendemos a nossa vocação de servir a Deus na pessoa do Pobre como uma graça, um dom divino, pelo qual devemos ser permanentemente gratos. É essa vocação que nos diferencia de tantos trabalhos assistenciais que existem e que são movidos por um sentido humano de solidariedade e responsabilidade social. O que nos move é o amor de Deus, do qual pretendemos ser portadores, e a gratidão por termos sido presenteados com o dom da caridade.

'De graça decebestes, de graça deveis dar" (Mt 10,8b)

E com certeza não foi pelos nossos méritos e virtudes que recebemos esta graça de Deus, mas sim por sua imensa misericórdia. E é somente na pessoa de nossos irmãos necessitados que podemos retribuir o que recebemos. De graça recebemos o amor de Deus, de graça deveremos compartilha-lo com nossos irmãos, evitando redicalmente todo, e qualquer tipo de troca de favores, mesmo que seja a participação nas nossas celebrações religiosas.Devemos sempre deixar claro a eles que lá estamos em nome de Deus, somos Seus mensageiros, mas de forma alguma praticar o proselitismo, forçando-os a participar da nossa igreja. Para a conversão deles não devemo ir além do anúncio do amor de Deus e do testemunho da nossa fé.
Ozanam também já se preocupava com isto, tanto que certa vez recomendou: "Temamos que um zelo impaciente de fazer cristãos termine fazendo hipócritas."

"De graça recebestes, de graça deveis dar." (Mt 10,8b)